Ah, o coração… e é nessa energia que começamos nossa segunda-feira. Logo começamos com um afetivo café da manhã servido pelo host da nossa pousada, o Amghad. Nada muito elaborado, mas acordar com uma vista para o rio Nilo com alguém sorridente já é demais para quem vive no coração de pedra da América Latina. (Vou falar sobre o Amghad em outro post).
Nosso primeiro café da manhã. Sim, tem feijão.
Posso falar do feijão, mas vou deixar isso para outro post… vamos seguir ao coração. Nada demais até aqui, honestamente. Apenas a ânsia de quem está iniciando de verdade o seu primeiro dia de viagem.
Bom, nos encaminhamos para o templo de Ísis. Temos que pegar um barquinho, e junto dele veio um guia (que não contratamos kkkk), e como já estava orientado de desconfiar de tudo, não dei muita bola pra ele.
Indo ao templo de barco.
Mas, sinceramente, era difícil. Não sei se sua lábia, a forma como ele puxava assunto com a gente, o seu carisma. Mas minha cabeça sempre pensava que no final ele queria saber mesmo é só do dinheiro.
Curiosamente ele falou exatamente sobre o mito de Ísis e Osíris que a gente já conhecia. Mas deixamos ele falar. No momento que ele perguntou qual parte do corpo estaria enterrado lá no templo, eu não resisti e falei “the heart”.
Ele abriu um sorriso e estendeu a mão para eu fazer um “toca aqui”, eu de forma envergonhada também estendi a mão e dei o toquinho. Achei engraçado. Ele ficou feliz que pelo menos sabiam alguma coisa sobre o mito. Ou, pelo menos tinha um pretexto pra continuar a conversa.
Por que no final, é isso não é? A nossa felicidade, nossa vida, se dá nos pretextos para continuar conectados um ao outro… sei lá.
Voltando, ele continuou puxando assunto, e até ofereceu para tirar foto. Tirou uma foto nossa bem bonitinha até… ele estava realmente empenhado, pensei.
Chegamos ao templo que é numa ilhota. Ele apenas se despediu e desceu. No final, ele nem queria nada. Talvez eu tenha ficado meio sisudo e ele viu que não dava para tirar muito de mim, ou ele só queria pegar uma carona, trocar uma ideia e deixar a gente confortável. Nesses momentos de partida eu nunca sabia o que sentir. Será que no final ele só estava sendo gentil?
Será que poderíamos ter conversado mais? Enfim, só o coração diria, e nesse mistério vou progredindo…